quarta-feira, 4 de junho de 2008

"Neste dia senti tanta falta acordar com o barulho o canto do galo a amanhecer e poder olhar aquelas árvores tão belas. Mas era bom eu ir me acostomando com a idéia que seria assim dia a dia. Acordar com o despertador é uma sensação tão ruim, mas tão ruim que não suportava mais. Todo dia eu tenho que acordar com aquele barulho insuportável.
Tive que me acordar com esse barulhinho e tomar um banho. Depois tive que tomar café, numa sala fechada, num apartamento tão sem graça. Minha vida de interior me faz falta. Principalmente meus amigos, que pelo jeito aqui não vai ser fácil arranjar algum. Fui andando até o colégio, mas pra minha desgraça começa a chover. Por este motivo me atrasei um pouco, perdi a primeira aula.
Fui para a bibilioteca, estudar biologia. Caso quisesse ser médica, era bom saber aquilo tudo decorado. Eu estava mergulhada no livro e sonhando acordada, quando de repente sou acordada pra realidade com uma voz de homem estranha que me pergunta com o maior preconceito:
-Cê é do primeiro ano, né? A novata, do interior.
Juro que na hora me deu uma vontade de matar aquele menino, mas me controlei. Se eu batesse nele só iria piorar minha fama: pobre, burra, feia, do interior e agressiva.
Cheguei em casa chorando, dizendo a mamãe que não aguentava mais essa vida de cidade. Como aquele menino pode me tratar daquele jeito 'a novata do interior'. Ninguem merece. Esperava que os dias melhorassem."

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